sexta-feira, 28 de novembro de 2008

E obvio.....O dinheiro antes do que o cidadão!

http://freeride.blig.ig.com.br/2008/10/19197010.html

Parem tudo, renovem o asfalto, um carro vai passar

Vão reasfaltar a Av. Pedro Álvares Cabral, em frente ao Parque do Ibirapuera. Aquela, onde tem o Obelisco aos Heróis de 32 e o Monumento às Bandeiras, que o pessoal chama de "empurra-empurra"... E vão recapear em caráter de urgência!

Mas por que? A avenida está toda esburacada, atrapalhando a circulação dos veículos que nela transitam? Não.

Ocorreu alguma desgraça, do tipo solapamento por infiltração de água das chuvas, explosão de encanamento subterrãneo de gás, chão rachado por terremoto, queda de meteoro, aterrissagem do Hancock? Também não.

Passo todos os dias nessa avenida e posso dizer que ela está acima da média das vias de São Paulo. Não tem nem aquelas ondulações em forma de onda nas laterais da pista, apesar dos ônibus que passam por ali.

Então por que é que vão gastar o meu dinheiro, o seu, recapeando justamente ESSA avenida, com tantas em São Paulo?

Para um carro passar.

Como? Não entendi...

É, para um carro passar! Ah, mas não é um carro qualquer... É um carro que não pode trafegar em vias normais, porque não tem seta, triângulo, extintor, excede fácil o limite de velocidade, não tem placa, não foi licenciado, não pagou IPVA e se a pista tiver muita ondulação, ele não passa.

Por isso, vão fazer um asfalto novo. Pra esse carro passar.

Também vão interditar a avenida. Enquanto esse carro estiver lá, ninguém passa. Carros, ônibus, motos, ninguém. Nem mesmo as pessoas. Estão proibidas de passar ali. Claro, podem ficar de longe aplaudindo. Aplaudindo um carro passar.

O carro é um carro de corrida. Projetado para circular em autódromos, que têm um asfalto diferente do das ruas. Então, como a rua não está adaptada para esse carro, vamos reasfaltar... Vamos mudar a rua para que UM veículo possa passar. Para fazer uma exibição. Para mostrar a marca de um fabricante de automóveis, a Renault. Esse veículo é um carro de Formula 1. Vão gastar o meu dinheiro e o seu para um showzinho de uma empresa.

Todos os dias, milhares de ônibus passam por essa avenida. Nos horários de pico (que ocupam uma parte cada vez maior do dia), eles têm que ficar presos atrás do oceano de carros. Um ônibus com 50 pessoas esperando 50 carros com 1 pessoa, na distância que separa um ponto do outro. E não há pista exclusiva. Não adaptam a via para o ônibus passar.

Todos os dias, centenas de bicicletas passam por ali. Desviam dos carros parados, ouvem buzinadas nos poucos momentos em que eles andam, querendo recuperar em 10 segundos a última hora de frustração. Não há ciclofaixa, nem sinalização viária indicando a presença de bicicletas. É preciso ocupar o mesmo espaço que deveria ser exclusivo dos ônibus e torcer para nenhum deles passar raspando. Não adaptam a via para a bicicleta passar.

Ah, mas vão adaptá-la para o carro passar. Isso vai custar R$ 220 mil reais e estão pensando em botar na conta do papa. O secretário de esportes do município, Walter Feldman, disse ao UOL Esporte (é, automobilismo é considerado esporte) que "se o evento for considerado estratégico, a organização não paga. Se não for, ainda não definimos se é a empresa ou a secretaria que arca com a despesa".

Não sei o que ele considera estratégico. Não sei como isso incentivaria o esporte no país. E também não sei o que ele considera "organização" (de quê?) e "empresa". Empresa acho que é a Renault. Organização eu sei lá quem é. Só sei que a Secretaria sou eu. Eu quem vou pagar. E você também, se mora aqui em São Paulo. Na mesma entrevista, o secretário de esportes diz que "é prioridade absoluta recapear o trecho para o evento". Prioridade absoluta para o esporte. Certo.

Espero que o Sr. Feldman, a quem eu (ainda) nutro algum respeito, reveja essa posição. Se uma empresa quer fazer o seu showzinho usando as ruas da nossa cidade, que pelo menos pague para isso. Precisa de asfalto novo para fazer o show? Então dê esse asfalto de presente para a cidade. É o mínimo que se pode fazer. A fumaça no ar a gente engole quieto, a interdição e o congestionamento a gente também até aceita. Já estamos acostumados! Mas pelo menos não dêem prejuízo direto. Não usem para um show particular o dinheiro que poderia ser usado na saúde, na educação, na merenda escolar, na pintura de faixas de pedestres que foram sepultadas na cidade toda ou em qualquer outro lugar que seja necessário em caráter de urgência. Acho que precisamos rever nossas "prioridades absolutas". Aliás, a lei manda pagar os custos da CET. E a ética, a responsabilidade e o bom senso mandam pagar o asfalto novo.

O piloto disse que "vai ser uma experiência única passar voando baixo pela avenida que circunda o Parque do Ibirapuera a bordo de um F-1". Voando. Espero que nenhum pedestre resolva atravessar, como aconteceu no evento da Red Bull, em que nos vídeos dava para perceber um pedestre atravessando a rua segundos antes do carro passar, senão quem pode sair voando é o pedestre.

A rua não é lugar de "voar baixo" e não deveria ser usada para isso, nem de brincadeira. Um evento desse tipo e uma declaração dessas estimulam nos motoristas a vontade de dirigir rápido nas ruas. A F1, restrita aos autódromos, já incentiva mais que o suficiente, não precisamos mostrar isso na mesma rua em que os motoristas dirigem todos os dias. O excesso de velocidade é uma das maiores causas de mortes no trânsito. A visão de que dirigir rápido é algo cool se propaga fácil pelas mentes dos Ayrton Sennas de avenida, que um dia errarão uma curva, escorregarão numa freada e vão assassinar alguém em outro carro, em uma moto ou até na calçada esperando o ônibus.

Nossa cidade não precisa disso. Principalmente se nós é que vamos pagar a conta da publicidade da montadora. Já não basta pagar pelos carros, pelo seu custo em saúde e em vidas, pelas mortes no trânsito, pela degradação urbana e pelo desgaste social que eles nos impõem? Ainda temos que pagar pela propaganda?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Agua ....Ótimo remédio!

BEBA água com estômago vazio.
Hoje é muito popular no Japão beber água imediatamente após levantar, na parte da manhã.
Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores.
Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores.
Para idosos com doenças graves e doenças em tratamento médico, a água tem sido muito bem sucedida.
Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças:
Dores de cabeça, corpo ferido, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, aparelho urinário e doenças renais, vomitos, gastrite, diarréia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta.

Método de tratamento:

1. Na parte da manhã e antes de escovar os dentes, beber 4 x 160ml copos de água.
2. Lavar e limpar a boca, mas não comer ou beber nada durante 45 minutos.
3. Após 45 minutos, você pode comer e beber normalmente.
4. Após os 15 minutos do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas.
5. Pessoas idosas ou doentes que não podem beber 4 copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente a quantidade para 4 copos por dia.
6. O método de tratamento cura doenças e outros podem desfrutar de uma vida mais saudável.

A lista que se segue apresenta o número de dias que requer tratamento para curar / controle / reduzir as principais doenças:

1. Pressão Alta - 30 dias
2. Gastrite - 10 dias
3. Diabetes - 30 dias
4. Obstipação - 10 dias
5. Câncer - 180 dias
6. Tuberculose - 90 dias
7. Os doentes com artrite devem continuar o tratamento para apenas 3 dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diáriamente.

Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente.
É melhor, se continuarmos com o tratamento, porque este procedimento funciona como uma rotina de nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia.
Isto faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria.
Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água potável para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar ...!
Para quem gosta de beber água fria, esta secção aplica-se a eles.
É bom beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição, porém, a água fria ou bebida fria solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão.
Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto danificada o intestino.
Muito em breve, isso vai se transformar em gordura e pode nos levar ao câncer. É melhor tomar uma sopa quente ou água quente após cada refeição.
Nota muito grave - perigoso para o coração: As mulheres devem saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser uma dor no braço esquerdo.
Esteja atento para uma intensa dor na linha da mandíbula. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito durante um ataque cardíaco. Náuseas e sudorese intensa são sintomas muito comuns.
60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar de um sono profundo. Sejamos cuidadosos e estamos vigilantes.
Quanto mais se sabe, maior chance de sobrevivência ...


domingo, 12 de outubro de 2008

SALTWATER - CONCIENCIA DE NUESTRO PLANETA

AGUA SALADA BROTA DE MIS OJOS

SALTWATER 1992

Somos una roca grande
Alrededor del dorado sol
Somos mil millones de niños
fundidos en uno solo
Pero cuando escucho del agujero en el cielo,
Agua salada brota de mis ojos.
Hemos escalado la mas alta montaña
Haremos el desierto florecer
Nos sentimos tan ingeniosos
Por caminar en la luna.
Pero cuando yo escucho de cómo los bosques van muriendo.
Agua salada brota de mis ojos.
He vivido para el amor
Pero ya no basta
Porque el mundo que yo amo
Se muere.
Y por eso lloro
Y el tiempo no es amigo,
(mio no lo es)
El tiempo se termina
Y veo todo pasar, tan lentamente ante mis ojos.
Podemos iluminar el fondo del océano,
Hasta enviar fotos desde Marte.
Nos maravillamos por lo astutos que somos
Y entonces porque, debe llorar un bebe
Por lo hambriento que esta..
Agua salada brota de mis ojos.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

63 ANOS DA VERGONHA DO ATAQUE A CIVIS EM HIROSHIMA E NAGASAKI






Em 6 de agosto de 1945, às 8h15 da manhã, a primeira bomba nuclear usada contra civis foi lançada pelos EUA sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Três dias depois, uma segunda bomba arrasou a cidade de Nagasaki. Mais de 140 mil pessoas morreram nas duas cidades devido aos ataques. Em Hiroshima, apenas 10% das construções ficaram intactas, 62,9% dos edifícios foram totalmente queimados ou destruídos. Uma bolha de fumaça, o famoso "cogumelo", atingiu 12 km de altura em minutos após a explosão.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A COMUNIDADE YUBA - UM EXEMPLO PARA O MUNDO!

Cultivo de sonhos
Katsuo Takimoto é um
dos moradores mais
velhos da Comunidade
Yuba. E carrega consigo
a história de uma das
mais bem-sucedidas
experiências de vida
comunitária no Brasil,
onde o cultivo do campo
e da arte têm igual valor.

Lavrando Arte
Inspirada em Rousseau, Marx, na Bíblia e nos kibutzim
israelenses, uma comunidade de japoneses e descendentes
no interior de São Paulo dedica-se a plantar sonhos
e colher arte.

texto : Lucille Kanzawa, de Mirandópolis


Quando não estão cultivando a terra, os 70 moradores
desta comunidade dedicam-se à dança, à música, ao teatro,
à literatura e à pintura.

Imagine um lugar onde as pessoas trabalham sem salário,
mas todos têm casa,comida e assistência médica garantidas.
Ninguém recebe ordens de ninguém.Cada um ajuda como pode,
conforme a idade permite. Nas horas de folga, todos
se dedicam à dança, à música, à pintura, à leitura e
ao teatro. A arte,aqui, se cultiva com tanto esmero quanto
o plantio de frutas e legumes. Quem chega logo percebe que
a entrada é livre. Não há muros nem portões. A única ba-
rreira pode ser o idioma, caso você não fale japonês. A
sensação é a de ter atracado na mítica ilha de Utopia,
idealizada no século 16 pelo escritor inglês Thomas More.
Ou talvez de descobrir um insólito kibutz israelense onde
todos seus habitantes falam japonês. Mas basta conviver
por algum tempo com os 70 moradores da Comunidade Yuba,
nos arredores deMirandópolis, no interior de São Paulo,
para aprender que esses
imigrantes e descendentes de japoneses nada fazem senão
cumprir a missão de manter viva a ideologia semeada há
oito décadas por seu fundador, Issamu Yuba: cultivar a
terra, orar e amar as artes.

Antes mesmo de o sol nascer, Katsuo Takimoto, de 82 anos,
já está de pé fazendo sua sagrada ginástica matinal.
Quando às 6h15 o som de um berrante
anuncia que o café da manhã está na mesa,
Kuma-san ("urso", em japonês),como Takimoto é chamado por
todos,é um dos primeiros a chegar ao grande refeitório.
De formação cristã, é ele quem faz a primeira oração do
dia e convoca a todos para um minuto de silêncio.


Quando não estão cultivando
a terra, os 70 moradores desta
comunidade dedicam-se à dança,
à música, ao teatro, à literatura
e à pintura

As mesas e os bancos são longos, a comida é farta. O
café e o leite são produção própria. O pão foi assado
no forno a lenha e o queijo e as geléias foram preparados
pelas mulheresque se revezam semanalmente na cozinha.
Ovo cozido não podefaltar,e vem da pequena granja que em
outros tempos já foi a maior da América Latina.
Para os que preferem um cardápio mais oriental,há arroz,
sopa de soja e peixe.As crianças e os adolescentes são
os mais apressados:logo passará o ônibusque os levará
à escola estadual próxima à fazenda.

Os que ficam já conhecem bem suas tarefas. Trabalhar não é
obrigatório. Se alguém quiser dormir durante o dia, ninguém
irá criticá-lo por isso. Mas todos sabem de cor as palavras
do fundador que dizem que "a liberdade depende da responsa-
bilidade de cada um". Katsue, Keiko, Yo, Yassuko e Hana-tian
começam então a cuidar da limpeza e da preparação do almoço,
enquanto Podin e Emi correm para a lavanderia coletiva.
Kuma-san sai de fininho e, como todo dia, se dirige a um
galpão bem rústico onde um piano de cauda divide o mesmo abrigo
com máquinas agrícolas. Enquanto dedilha concentrado a "Sonata
ao Luar" de Beethoven, luzes potentes se acendem. É Yuzo quem
entra para dividir a cena e secar os grãos de feijão azuki que
há dias cobrem o grande palco de madeira. As cortinas se fecham,
as luzes se apagam. As mão de Kuma-san agora estão prontas para
fazer pequenos reparos no galinheiro, enquanto as de Yuzo vão
se juntar às dos outros companheiros na lavoura.


só japonês
Com 100 anos de idade, Tatsukichi
Naganawa é o morador mais velho
da comunidade. Como todos os de
sua geração, ele não fala
português. Passa o dia lendo
algum dos 10 mil livros em
japonês que circulam pelo lugar.

Missao e Hiroshi já estão na horta escolhendo as verduras
e os legumes para o almoço. Helen, Nozomi, Mie, Assaka e
Maurício fazem parte do mutirão de jovens que todos os dias
vão trabalhar na colheita de goiaba, principal fonte de
renda da comunidade. Mitsue cuida dos suínos, enquanto Flávio,
Lintaro e Kogiro se ocupam do gado leiteiro. Tsuji, Saki,
Junko e Evelyn garantem a produção do cogumelo shitake.
Fujiko pode estar na granja ou cortando lenha.
Douglas, Daigo e Issamu Yazaki já estão prontos para
entregar os produtos colhidos nos supermercados da região
de Mirandópolis.Amanhã tudo será diferente, e cada um dos
moradores estará em outro lugar.
Com poucas exceções, as pessoas trabalham num sistema de
rodízio para garantir que todos aprendam um pouco de cada
função.

Às 12h15 o mesmo berrante da manhã avisa que é hora do almoço.
No cardápio,pratos japoneses se misturam a brasileiros.
Hashis, os tradicionais palitos,confundem-se com garfos e facas.
Mas a língua é uma só: o japonês. Muitos moradores nem sequer
falam português. Depois da refeição, o salão pulsa como
nunca. Esse é o coração da Comunidade Yuba, e há tempo e
espaço de sobra para um bate-papo, uma sessão de vídeo,
um ensaio rápido de canto e piano,trabalhos artesanais e
até um corte de cabelo. Isso quando não acontece um
batizado, um casamento ou um velório. Mitsue aproveita
o tempo livre para fazer cerâmica, enquanto Maurício põe
em prática as habilidades que aprendeu
com o tio na oficina de luteria.


vida comunitária
Todo dia, o berrante anuncia
a hora de acordar e a das
refeições. A vida é a mesma de
uma fazenda, mas tudo aqui é
comunitário, do serviço ao lucro..

Os estímulos estão por toda parte e as vocações são
cultivadas onde quer queelas se manifestem. Seja na
varanda de uma casa, num jardim de esculturas,numa
oficina mecânica, num treino de beisebol, seja na
biblioteca de mais de10 mil títulos (a maioria doados
e em língua japonesa). As crianças têm aulas de música,
balé, pintura e do idioma japonês desde cedo, mas também
são educadas a cuidar da horta e a realizar pequenas
tarefas, como limpar as mesas e recolher as roupas do varal.
Para Assaka Yuba, mãe de seis filhos, é importante que
a criança aprenda a se conscientizar da importância da
participação de cada um na vida comunitária. Ela sempre
viu tudo com muita naturalidade, nunca como obrigação.
"Dedicar-nos à arte e ao trabalho é como
respirar e comer. É nossa vida", diz.

Para a maioria dos adultos, as atividades artísticas
só começam mesmo à noite. Por isso, após um belo banho
de ofurô e do jantar, sempre há música
no ar. Pode vir do clarinete de Tsuji, da flauta
transversal de Nozomi, do piano de Fujiko, do violoncelo
de Assaka, do acordeão de Keiko, do violino
de Massakatsu ou de um grupo de coral. As segundas,
quartas e sextas são sempre reservadas às aulas de balé,
carro-chefe da Comunidade Yuba. Quem
comanda é a bailarina Akiko Ohara, de 68 anos.

Formada em dança contemporânea em Tóquio, ex-colega de
palco de mestres da dança como Tatsumi Hijikata e Kazuo
Ono, ela chegou à comunidade em 1961 como marido e escultor,
Hisao Ohara, e revolucionou a vida artística de seus
integrantes. Segundo Akiko, no Japão sua dança era cercada
de limites.Procurava o que queria expressar e nunca encontrava.
Aqui viu tudo muitolimpo, puro, aberto e sentiu-se livre para
fazer nascer o que é o hoje o Balé Yuba. Graças a seu alto
nível técnico e artístico e à sua versatilidade, o grupo já
fez 750 apresentações pelo Brasil e pelo Japão e
já teve cenários desenhados por artistas renomados,
como Manabu Mabe e Yashika Takaoka.


música na horta
A música é uma das artes mais
presentes na vida da comunidade.
As mesmas mãos que colhem
verduras mais tarde dedilham
violinos e violoncelos.

Liberdade é o que também buscava Yoshiki Tsuji,
de 53 anos, quando em 1975saiu do Japão para dar
a volta ao mundo. Parte dela de bicicleta. Após quase
cinco anos viajando por lugares como Paquistão,
Afeganistão, Irã, Grécia e África, Yoshiki veio parar
na Comunidade Yuba. A intenção de passar algumas
semanas por aqui acabou transformando-se em meses
e depois em anos, quando decidiu casar-se com Junko Yuba.
Hoje tem quatro filhos, responde pelo
cultivo de shitake e nem pensa em sair daqui.

Masakatsu Yasaki, de 61 anos, também foi um dos forasteiros
que vieram do Oriente e acabaram se identificando com o que
alguns chamam de "Yubaísmo".Quando chegou aqui em 1963,
aos 19 anos, ele já tocava violão e só pensava
em aprimorar sua técnica, mas aprendeu com o mestre Issamu
Yuba que "técnica é diferente de arte", que "um lavrador
tem que ser artista" e que "a arte nasce da terra e deve
viver da terra". Depois de fazer crescer uma plantação
inteira de arroz, Masakatsu entendeu por fim o sentido
das frases. "Foi comoescrever um poema numa folha de
papel em branco", lembra.

Casado com Keiko, sobrinha de Issamu Yuba, Masakatsu
é hoje o mais versátil dos moradores da comunidade.
Sapateiro, violinista, compositor, regente da orquestra
mirim, fotógrafo, cinegrafista, sonoplasta: o currículo
é vasto.Não é por acaso que ele se tornou o responsável
pelo acervo de documentos,
fitas de vídeo e reportagens sobre a Comunidade Yuba.


o mesmo palco
Durante o ano, o palco do teatro
serve também para a secagem
de grãos (acima).
É o mesmo palco onde, no Natal,
quatro gerações de Yubas
mostram sua arte.
As crianças aprendem desde
cedo a trabalhar a terra
e o talento artístico.

Mas é ali fora, a céu aberto, que estão expostos
os documentos mais concretos e expressivos do lugar:
as esculturas de Hisao Ohara, que ocupam
um jardim projetado pelo artista plástico
Kazuo Wakabayashi. Formado pela Universidade de Tóquio,
Hisao encontrou na comunidade a paz e a
tranqüilidade que buscava e viu na natureza sua fonte
de inspiração.Escolheu o granito para expressar sua arte.
"Por ser um material rebelde, dou-lhe formas suaves", dizia.
Nos 28 anos em que viveu aqui, esculpiu
sempre debaixo de uma grevílea. No dia seguinte à sua morte,
em 1989, a árvore começou a secar e também morreu.

Essa história transformou-se num dos contos do livro Katsue
e seus Contos,de Renata Katsue Yuba, filha do fundador.
No universo que criou dentro da casa que ela mesma construiu,
Renata pinta, canta e escreve com refinada sensibilidade.
"Meu pai sempre me dizia: ´Converse com Deus. Converse com a
natureza. Procure você dentro da arte e da oração'." E foi na
arte que ela encontrou a facilidade de convivência com os demais
companheiros. "Quando estamos no palco, todas as divergências
que existem entre nós desaparecem."

A advogada Satiko Yuba, relações públicas da comunidade,
explica que as discordâncias existem como em toda casa,
com a diferença que esta é uma grande família.
"Fazemos de tudo para conviver em harmonia, porque sabemos
que disso depende nossa sobrevivência. Conflitos geram
desintegração", diz.Ela conta que há 20 anos mudou-se
para cá quando se casou com Sérgio Yuba,um dos filhos do
patriarca. "Foi como se tivesse me casado com cem pessoas,
cada uma com seus pensamentos e manias. Tive que mudar
para poder seguir o estilo de vida dos Yubas.
Todo dia é uma grande lição."


Hoje Satiko é a primeira-secretária da associação que
a comunidade criou após a morte do último líder,
Tetsuhiko Yuba, filho de Issamu, em 2003. Ela assim como
todos os membros da diretoria, chegaram à conclusão de que
precisam dar condições para que os jovens que foram embora
voltem. Além disso, há uma preocupação em incentivá-los
a se casar com pessoas de fora,uma vez que a maioria
qui já se tornou parente.

Luís Yuba, sobrinho de Issamu, que, além de trabalhar
nas plantações de abóbora, milho verde e mandioca,
é presidente da associação vai mais longe:
"Para garantir o futuro, temos que mudar. A realidade
existe e não podemosficar aqui sonhando num mundo de utopia.
Cada um tem que ser responsável por si e pela comunidade".
Para ele, a Comunidade Yuba não é nenhum modelo de
sociedade e, para os que chegam aqui tentando defini-la,
ele logo diz: "É apenas um lugar com uma maneira diferente
de se viver". E resume: "Sempre nos ensinaram que o dinheiro
era o grande mal da humanidade, mas infelizmente precisamos
dele também". Se o progresso material vem a passoslentos e
com muitos tropeços ­ porque nunca foi a prioridade dos Yubas ­,
as conquistas que eles tiveram nos campos artístico e espiritual
são inegavelmente ilimitadas.

Quando chega o Natal e as cortinas do palco do velho barracão
se abrem, as quatro gerações que se apresentam são a prova
viva de que o sonho de Issamu Yuba ainda consegue resistir
ao tempo e às ordens do capitalismo. Aqui não há leis,
concorrências, disputas ou ambições mesquinhas. Todos contribuem
para o bem-estar coletivo sem deixar de respeitar a individualidade
de cada um. Assim como Hisao Ohara deu formas sublimes à dureza
do granito, esses bravos lavradores conseguem nos mostrar que,
unidos na alegria e na tristeza, é possível cultivar no mundo
primitivo do campo a mais refinada
forma de arte.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

LIN YUTANG DIZ:

A paz da consciência é o maior de todos os dons. Uma pessoa com a consciência limpa não tem motivos para temer os espectros.

Lin Yutang

quarta-feira, 16 de julho de 2008

SEDENTARISMO E SAÚDE

Índice de exercício de adolescentes é 27 vezes menor do que de crianças

LINDSEY TANNER
da Associated Press, em Chicago

Um grande estudo realizado nos Estados Unidos mostra que as crianças americanas se tornam preguiçosas quando se tornam adolescentes. Enquanto 90% das que têm 9 anos praticam atividades físicas por duas horas na maioria dos dias, menos de 3% o fazem quando chegam aos 15 anos.

O estudo, publicado no "Journal of the American Medical Association", teve participação de cerca de 1.000 crianças com idades variadas, entre 2000 e 2006. Ele aponta ainda que os meninos são mais ativos do que as meninas em todas as idades.

A pesquisa sugere também que menos de um terço dos adolescentes dessa idade se exercitam dentro do mínimo recomendado pelo governo --uma hora de exercício moderado a intenso, como ciclismo, caminhada rápida, natação ou cooper.

O resultado levanta preocupação quanto à continuidade do sedentarismo na idade adulta, o que aumenta o risco de problemas de saúde.

"As pessoas não vêem esse cenário como a crise que de fato representa", afirma Philip Nader, pediatra e professor emérito da Universidade da Califórnia, em San Diego. Para ele, a conclusão "dramática" está relacionada a mudanças nas escolas e ao uso de computadores e videogames.

O sedentarismo está relacionado a problemas como doenças cardíacas, obesidade, hipertensão e diabetes.

A divulgação do estudo ocorre uma semana após um importante grupo de pediatras recomendar que mais crianças tenham seu nível de colesterol checado e que algumas com até oito anos sejam medicadas com drogas para baixar o nível do lipídio.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

OS RISCOS DA COMPETIÇÃO NAS CRIANÇAS

Esportes de competição podem prejudicar crianças, diz ONG

da Efe, em Madri

A ONG Save the Children apresentou um relatório ("Crianças em Competição") no qual critica a prática de esportes competitivos por atletas cada vez mais jovens.

O estudo mostra que o esporte repercute positivamente no desenvolvimento físico, mental e moral de uma criança, pois, além de ser uma diversão, é capaz de disciplinar e dar autoconfiança.

No entanto, a Save the Children diz que o esporte é prejudicial quando deixa de ser uma atividade lúdica e complementar e passa a servir apenas para "satisfazer os desejos dos pais".

Segundo a ONG, 2.600 atletas menores de 16 anos vão parar anualmente em hospitais do Reino Unido com lesões provocadas por exercícios físicos.

Além disso, cerca de 15% desses esportistas correm o risco de sofrer distúrbios alimentares como a anorexia ou problemas de crescimento, como a perda da massa óssea prematura.

O relatório também critica a China, cuja capital será palco dos Jogos Olímpicos deste ano. Para a Save the Children, o vertiginoso êxito do esporte chinês ocorre junto ao rigoroso programa de treinamento estabelecido em mais de 11.600 escolas esportivas, nas quais cerca de 6 milhões de crianças treinam em condições "duríssimas" e chegam a sofrer maus-tratos de seus treinadores.

Já algumas modalidades colocariam diretamente em perigo a integridade física desses atletas prematuros, como o muay thai ou boxe tailandês, um esporte que tem movimentado muito dinheiro e submete crianças a "condições terríveis", segundo a ONG.

Há também o caso das corridas de camelos nos Emirados Árabes Unidos, proibidas em 2005, nas qual se utilizavam milhares de meninos retirados de Bangladesh, Paquistão ou Sudão.

Outro motivo de crítica foi o "recrutamento" de jovens promessas de futebol, a maioria deles da África, que por meio de documentos falsos vão parar na Europa.

Segundo o relatório da ONG, 98% desses jovens vivem em de forma ilegal na Europa, 70% são menores de idade e a maioria acaba nas ruas das grandes cidades, sem possibilidade de retornar a seus países de origem.

Para evitar abusos, a organização aconselha que os menores de sete anos não participem de competições e que até os 13 não se especializem em nenhum esporte.

sábado, 5 de julho de 2008

quarta-feira, 2 de julho de 2008

EFEITOS DA POLUÇÃO E DA EMISÃO DE GASES

Proximidade de trânsito aumenta risco de alergias em crianças

MÁRCIO DAMASCENO
para a BBC Brasil, de Berlim

Um estudo realizado na Alemanha sugere que crianças que moram em regiões de trânsito movimentado aumentam em 50% as chances de desenvolver doenças alérgicas como asma e infecções de pele.

Os pesquisadores do Instituto de Epidemiologia do Centro Helmholtz para Pesquisa de Infecções analisaram 3 mil crianças em dois grupos o primeiro residia no centro da cidade de Munique, no sul da Alemanha, e o segundo era composto por crianças que viviam nos arredores da cidade, afastadas da área mais movimentada.

A pesquisa observou as crianças durante seis anos. Todas elas moravam no mesmo local desde o nascimento.

Segundo o estudo, quanto mais longe do trânsito as crianças moravam, menor era o risco de desenvolver doenças respiratórias e alergias.

De acordo com os pesquisadores, trata-se do primeiro estudo epidemiológico controlado em laboratório que comprova os efeitos já conhecidos da poluição do trânsito na saúde das crianças.

Impacto

Para chegar aos resultados, a equipe considerou a distância da casa ao trânsito e a contaminação do ar registrada no endereço das crianças - a partir da concentração de partículas finas e gases resultantes da queima dos motores dos carros.

Segundo a pesquisa, a incidência de doenças respiratórias nas crianças, como asma alérgica e alergias ao pólen, aumentou proporcionalmente ao nível de partículas finas no ar.

Já a elevação da presença de gases poluentes na atmosfera, como o dióxido de nitrogênio, contribuiu para elevar os casos de alergias de pele nas crianças.

Os resultados indicaram ainda que as crianças que viviam a menos de 50 metros de uma via principal desenvolveram alergias com uma freqüência até 50% maior em relação às crianças de mesma idade, mas residentes em áreas afastadas do trânsito.

Para avaliar as condições de saúde dos participantes, a equipe de cientistas analisou exames de sangue para constatar a presença de anticorpos dos tipos mais comuns de alergia e realizou questionários freqüentes com os pais das crianças.

TRANSITO É EDUCAÇÃO

Educar versus punir e os conceitos distorcidos

Educar versus punir e os conceitos distorcidos

O Denatran determinou que os radares sejam sempre sinalizados claramente, com placas indicativas e disponibilizados de forma visível. Multas que forem aplicadas por radares escondidos não terão mais validade.

A justificativa para isso é sempre a de que deve-se "educar em vez de punir". Claro, concordo. Não se deve punir alguém que não foi previamente instruído sobre o que se pode ou não fazer, porque estaria-se castigando um inocente. Mas vejamos:

O que é mais importante, decorar o nome correto da placa ou saber o que se espera do motorista ao avistá-la?
- A primeira educação que um motorista recebeu sobre velocidade no trânsito foi na auto-escola. Ou pelo menos deveria ser, se as pessoas não fizessem as aulas só para conseguir o documento e sim para aprender a dirigir direito. E dirigir não é só apertar os pedais e mover as alavancas com o sincronismo correto e saber encaixotar o carro entre dois pauzinhos, como o exame prático exige de nós. Ou decorar a placa que corresponde a "área de campismo", uma das questões que podem ser encontradas no exame teórico. Muito mais importante é ensinar a respeitar uma placa de "Passagem sinalizada de escolares", que hoje em dia serve só de enfeite e é afixada nos postes apenas para se cumprir uma determinação legal na sinalização da via. Que motorista diminui a velocidade ao ver uma placa dessas? Que motorista percebe uma placa dessas? Instruir é educar.

Em iniciativa da ONG Ruaviva, "anjos" lembraram os motoristas sobre os limites de velocidade
- A segunda educação que o motorista recebe é a placa que sinaliza a velocidade máxima permitida na via. Se está escrito 60km/h, vamos andar a 60km/h. Informar é educar.

Depois de devidamente instruído e informado, portanto devidamente educado, o motorista recebe uma multa por excesso de velocidade. Se irrita, exibe o belo discurso de que é necessário educar e não punir, fala em "indústria das multas", diz que a prefeitura enche os bolsos com as multas aplicadas. Ué, mas ele já não foi educado? Se ele não sabe para que serve aquela placa, não deveria dirigir. E quantas dessas multas são realmente indevidas? Quantas multas foram aplicadas em veículos que não cometiam infração nenhuma? Quem está errado, o radar fotográfico ou o motorista?

Enquanto isso, vemos estatísticas como essa, que diz que os atropelamentos são a maior causa de mortes no trânsito em São Paulo. Ou seja, quase metade dos mortos em acidentes de trânsito não estavam nem dentro dos carros! Quem está errado, o pedestre ou o motorista?

Repare que o vídeo dessa reportagem diz que o motorista de um ônibus "perdeu o controle" e atropelou um grupo de pessoas que estava na calçada. A máquina começa a agir sozinha. Diz o repórter que o veículo "desgovernado" derrubou três postes, invadiu um canteiro e passou por cima de um monte de gente. É simples assim, perde-se o controle: o motorista está dirigindo ali, calmamente, atento e concentrado. De repente ele "perde o controle", como se ele próprio fosse uma das vítimas da máquina demoníaca. Imagine se um açougueiro "perde o controle" do facão que usa para cortar as carnes, ou se um cabeleireiro "perde o controle" de sua tesoura! Mas perder o controle de um carro é sempre uma boa desculpa. De fato, perde-se o controle muito fácil ao dirigir: em uma fechada, no trânsito parado, até ao ver um pedestre que ainda não terminou de atravessar quando o sinal abriu...

No final, a reportagem tenta justificar os atropelamentos mostrando vários pedestres que se recusam a usar uma passarela da região e atravessam em meio aos carros. Claro que há casos em que os pedestres se arriscam, mas os atropelamentos não acontecem apenas em situações assim. Que o diga a família da moça que morreu atropelada por esse ônibus...

E o pior é que o direito do carro particular sobre o espaço público se tornou parte tão integrante da nossa cultura urbana, que muitas pessoas partem do princípio de que o pedestre é que não deveria estar na rua. Por esses dias estava almoçando com alguns amigos quando ouvimos uma freada seca: um carro, ao fazer a curva para entrar numa rua em alta velocidade, quase atropelou meia dúzia de pedestres que atravessavam na faixa. Uma das pessoas na mesa disse, irritada: "mas também, o cara me atravessa com o farol aberto!". Eu ri e lembrei ele que não há sinal de pedestres naquele cruzamento, que se o pedestre fosse esperar o sinal abrir para ele, não atravessava. Ele não entendeu! Retrucou que "mesmo assim, tem que passar correndo, não pode atravessar devagar assim".

Achei melhor não discutir. Ele não compreenderia se eu tentasse explicar que a prioridade é do pedestre (tanto ética como legalmente), que nem todos conseguem atravessar a rua correndo e que portanto o normal é atravessar andando, que o motorista tem que olhar antes de entrar na rua se tem alguém na faixa que está ali na esquina, bem visível para ele, e tudo o mais. Achei melhor não estragar meu almoço. No dia que um carro cantar pneu em cima dele, duvido que ele se considere errado. Pessoas assim nunca estão erradas, no máximo se enganam... ;)

CONSUMO EXCESIVO E AMBIENTE

Consumo é vilão ambiental, diz americano

Para antropólogo Emilio Moran, nascido em Cuba, é preciso "aprender a desligar a televisão" e dizer "não" a mercados

Estudioso da Amazônia, pesquisador cobra estímulo à indústria regional; "em 30 anos, PIB da população da região subiu menos de 1%"

Divulgação

Antropólogo Emilio Moran lança livro em evento em São Paulo

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para resolver o problema ambiental nº 1 do mundo, a receita do antropólogo Emilio Moran, 61, nascido em Cuba, mas morador dos Estados Unidos desde os 14 anos, chega a ser prosaica. "Temos que aprender a desligar a televisão. Ela é a principal ferramenta do consumismo", afirma o especialista em América Latina, que há mais 30 anos investiga o desenvolvimento humano da Amazônia brasileira.
Apesar de a entrevista ter sido feita em um hotel a meio quarteirão da rua Oscar Freire (o palco das grandes grifes mundiais em São Paulo fora dos shoppings) o entrevistado, com orgulho, comenta: "Esta calça que estou usando eu comprei há 25 anos."
Moran é um acadêmico tradicional e assiste televisão. Na Universidade de Indiana, ele dirige um centro que une a antropologia às mudanças climáticas globais - o agricultor amazônico, por exemplo, segundo uma pesquisa feita pelo grupo, não sabe se proteger contra o El Niño, porque ele não registra essas oscilações naturais ao longo do tempo.

Pobreza amazônica
Se o modelo mundial de desenvolvimento, para o pesquisador, está errado, o da Amazônia idem. "Nos últimos 30 anos, o aumento do PIB da população amazônica subiu menos de 1%. Na região, quem ganha é quem já era rico em São Paulo e no Rio de Janeiro."
O antropólogo, que chegou à floresta no início das obras da rodovia Transamazônica, diz que pouco mudou na região. "Não existe infra-estrutura para o pequeno agricultor. A estrada, por exemplo, não mudou muito, continua ruim. Existe ausência de governo na Amazônia com toda a certeza."
Os grandes produtores, lembra o pesquisador, montam sua própria infra-estrutura e acabam fugindo do problema encontrado pelos menores.
"Falta compromisso com a indústria regional, que poderia valorizar os produtos amazônicos. Daria, por exemplo, para fazer uma fábrica de abacaxi enlatado, ou de suco". São várias opções disponíveis, diz Moran, que trabalha em áreas críticas, como Altamira (PA).
A experiência acumulada no campo, inclusive nos recantos amazônicos, é que leva o antropólogo a afirmar: "O maior problema ambiental do mundo é o consumismo. O mercado ensina egoísmo e o indivíduo cada vez mais está centrado em si mesmo", afirma.
Parte do caminho para sair dessa cilada ambiental, Moran apresenta no livro "Nós e a Natureza" (Editora Senac), lançado anteontem no Brasil. "É um livro mais apaixonado. Experimentei a sensação de ir além dos escritos acadêmicos", diz.
Para reforçar seu ponto de vista, de que o modelo mundial é insustentável, Moran usa exemplos da classe média brasileira e da sociedade americana. Ambas ele conhece bem.
No caso nacional, cita a história em que um filho de uma família de classe média do interior de São Paulo comentou com a mãe que eles eram pobres. O motivo era a ausência de uma televisão de plasma na sala, em comparação com a residência do vizinho.

"Subprime" ambiental
"No caso americano, a crise imobiliária é também um problema claro de consumismo", afirma Moran. "O americano, na média, está todo endividado. A maioria paga apenas os juros. Cada um tem uns US$ 20 mil em dívidas só no cartão de crédito". E isso, segundo ele, apenas para querer ter mais e mais. "No caso do mercado imobiliário, por exemplo, muitos fazem a segunda hipoteca [antes de quitar a primeira] para mudar para uma casa maior.
Segundo o antropólogo, enquanto nos anos 1950 a casa de uma família média americana tinha uma vaga na garagem e 140 metros quadrados para seis pessoas, hoje ela tem espaço para três carros e 300 metros quadrados para quatro pessoas.
E os carros, lembra Moran, queimam petróleo cada vez mais em maior quantidade, por causa do tamanho e da potência do motor. "Tenho feito o caminho inverso. Hoje, tenho um carro pequeno e de quatro cilindros", conta o cientista.
Apesar de o quadro ambiental mundial ser dramático, o antropólogo afirma ser otimista e retrata isso em seu novo livro também. "Se não existir esperança, o melhor é pendurar as chuteiras e ir embora."
Para Moran, é o consumidor individual o único que tem poder de ação de fato. "As pessoas podem chegar e dizer "não". Elas podem não consumir mais porque aquilo vai endividá-las e criar pressões [ambientais]".
Além de ensinar os filhos a lerem com um olhar crítico os comerciais, todos deveriam olhar suas gavetas, seus armários, diz ele. "O importante é saber que não se está sozinho. Existem milhões de pessoas no mundo que já não aceitam esse modelo [de desenvolvimento] que nos levará ao colapso."
Moran estuda o Brasil desde os anos 1970

DA REPORTAGEM LOCAL

O antropólogo Emilio Moran estuda o Brasil desde os anos 1970. Antes de chegar aos Estados Unidos aos 14 anos, para morar em um campo de refugiados, ele nasceu e passou sua infância em Cuba, para onde nunca mais voltou.
"Eu minha mãe, que já era viúva, saímos como uma mala e US$ 5". É por isso, brinca, "que acabei conseguindo me virar com pouco". O motivo da saída foi o medo de ver o filho único ser mandado para a antiga União Soviética. "Era um boato que corria na época, de que os melhores alunos iriam para a Europa, que nunca se confirmou. Foi apenas quem optou por isso", relembra.
Discípulo do brasilianista Charles Wagley, da Universidade da Flórida, Moran, formou-se em literatura e estudou Rui Barbosa e a escravidão antes de fazer pós-graduação em antropologia. Vem desse tempo o aprendizado do português. "Fiz isso, para poder trabalhar em qualquer país da região [a América Latina]". (EG)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O lucro do caos!

Efeito colateral ou conseqüência natural?

Portando armas brancas, de fogo ou sobre quatro rodas, alguns exemplos da rima perfeita entre Motor e Morte.

Na imagem acima, a propaganda de um comércio estadunidense que está vendendo duas armas pelo preço de uma: compre um carro, ganhe um revólver.

Em São Paulo, mesmo sem a fantástica promoção, um exemplo real dos dois produtos em uso: “Briga no trânsito de SP acaba com um morto a tiro”

No Rio de Janeiro, sem as armas de fogo: “Homem é agredido com barra de ferro após briga de trânsito”

De volta à São Paulo, onde os congestionamentos literalmente enlouquecem as pessoas: “Alterada, mulher guia 5km na contramão”

E para não contrariar o slogan petrolífero que afirma “apaixonados por carros”: “Homem afirma que já fez sexo com mais de mil carros”.

Assim como a Monsanto e seu Agente Laranja desepejado no Vietnã ou como a Lockheed-Martin, pilar industrial da invasão do Iraque e financeiro do governo Bush, a indústria automobilística lavaria suas mãos e diria: “Não temos nada a ver com isso. Apenas fabricamos veículos que andam a 180km/h e fazemos propagandas estimulando o individualismo e a velocidade, mas não nos responsabilizamos pelo excesso de velocidade ou pelo individualismo de motoristas que agridem, matam ou desrespeitam outras pessoas pilotando nossos produtos”.

E seguimos acreditando que existe EcoSort, guerra pela paz, invasão para libertar ou que os automóveis são apenas veículos para o transporte.

domingo, 13 de abril de 2008

Quer vender o carro?

Não, não estou querendo comprar. O que eu quero é que você ande de bicicleta


Olha, para começar: eu odeio ser chato. Acho desagradáveis essas pessoas que têm mania de dizer aos outros o que fazer. Cada um é responsável pela vida que escolhe, acredito muito nisso. Ou, como dizia minha avó, cada um, cada um. Mas, dessa vez, só dessa vez, vou me meter na sua vida. Acho sinceramente que você deveria vender o seu carro. Ok, seu trabalho é muito longe. Vá de ônibus, poxa, tem ainda a vantagem de você ter mais tempo para ler revistas (conhece a vida simples?). Ou mude de emprego, você não está mesmo cansado do seu trabalho (quem não está?)?

Mas, e numa emergência? Pegue um táxi! Você não precisa ter um carro 24 horas por dia, 365 dias por semana só para estar pronto para uma emergência. Táxi é caro? Manter um carro, com todas as manutenções, combustível, coisa e tal, é muito mais caro. Tão caro que provavelmente ainda fica mais barato alugar um carro de vez em quando no fim de semana para viajar. E nem falei do preço do carro, que é um absurdo. Pense no tanto de coisas que você vai poder fazer com a grana da venda.

Não ter carro tem tantas vantagens... Diminuir a preguiça, aumentar a disposição, melhorar a saúde. Andar a pé pela calçada, dar bom dia para o jornaleiro, ficar íntimo da moça bonita da padaria, tomar sol (ou chuva), ver a cidade. Pedalar pela vida, no ritmo ideal, nem rápido demais para deixar de perceber os detalhes, nem tão lento que se chegue atrasado. Venda o carro, pô.

Claro que eu corro o risco de estar exagerando. Pode ser que você realmente precise de carro (se você é motorista de táxi, por exemplo, ignore meu apelo). Mas será que não dá pelo menos para deixá-lo na garagem dois, três, quatro, cinco dias por semana? Não dá para encostá-lo de dia e só ligar o motor à noite? Não dá para fazer rodízio com os amigos?

Ajude a reduzir o trânsito. Ajude a diminuir o barulho da cidade. Ajude a deixá-la mais bonita. Você já reparou no quanto os carros deixaram as cidades feias? Cidades sem carros são lindíssimas, intrincadas, agradáveis. Em vez de motores rugindo, o barulho é de vozes, de gente feliz, se encontrando.

Tudo isso sua saúde, a beleza das cidades, sua relação com elas é importante. Mas mais sério ainda é o aquecimento global. A fumaça soltada hoje pelo seu escapamento vai virar a enchente, o furacão, o deserto, a epidemia de amanhã. E, na boa, a coisa já está bem feia.

O mundo onde os nossos filhos vão viver já está irreversivelmente comprometido. E o mundo onde nossos netos vão viver talvez não tenha nem condições de abrigar seus netos. É sério, esse é o tema mais importante do mundo, é a grande questão, é o grande problema. Tão grande que talvez nem vendendo o carro a gente seja capaz de fazer alguma diferença. Ainda assim, não vale a pena ficar com a consciência tranqüila? E ainda ganhar de brinde uma vida melhor? Então, venda seu carro!

Denis Russo Burgierman
Acha um absurdo usar uma máquina de uma tonelada e meia para carregar uma pessoa de 70 quilos.

gambiarra@abril.com.br
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/052/caminhos/conteudo_270251.shtml

sábado, 12 de abril de 2008

A Ponte de R$ 230 milhões

Parabéns São Paulo por mais um monumento ao congestionamento e a segregação. Seja bem vindo "Estilingão"!!!

10/04/2008

Estilingão - Ponte Estaiada do Morumbi

No final desse mês, São Paulo irá ganhar um presente, muito útil para alguns, inovação tecnológica para outros, praticamente uma obra de arte dirão outrens, mas no meu ponto de vista, não passa de um reflexo da política pró caos que impera a dezenas de anos em nossa cidade.

Como disse um amigo meu, “Uma ponte milionária com o nome do dono da Folha, que leva até a avenida do dono da Globo, em uma região feita para os carros e que é o centro da especulação imobiliária em São Paulo... Lindo!

Já outro fez uma relação mais simples e direta: “Meios de comunicação em Massa X Especulação Imobiliária X Cultura do automóvel individual

Eu particularmente acho esse troço feio, bizarro, mas gosto não se discute, tem gente que acha até eu bonito! Mas vamos analisar o que e a quem essa obra irá beneficiar. Um motorizado me disse o seguinte, “ela será útil quando alguém do Morumbi quiser ir para o Aeroporto, assim não precisa pegar a Bandeirantes”. Como a grande maioria da população tem que ir para o Aeroporto diariamente, tá aí uma boa utilidade.

O mais interessante é que ela não terá acesso direto ao Morumbi, suas rampas acessarão a pista expressa da Marginal Pinheiros sentido Interlagos, mas indiretamente trará alívio aos moradores desse bairro, já que a maioria dos motoristas que seguem para Santo Amaro e Interlagos vão usar a ponte nova.

O problema é que, logo nos primeiros dias, já teremos trânsito lento em cima da ponte, pois nos horários de pico é comum a Marginal, sentido Interlagos, ficar completamente parada, desde a ponte Transamérica até a ponte do Morumbi. Portanto só servirá para mudar a direção do congestionamento e também para transferir o caos da Berrini para as ruas residenciais do Brooklin.

O que mais me indigna é que essa ponte custou 230 milhões de reais. Sabe o que poderíamos fazer com esse dinheiro? Construir 100 km de corredores de ônibus, ou mesmo, 1000 quilômetros de ciclovias. Isso mesmo, já que o custo médio de uma ciclovia gira em torno de 200 e 250 mil reais.

Mas para quem interessa a construção de ciclovias? Para as montadoras é mais fácil jogar no ventilador que a única solução é o Metrô. Como deve demorar uns 100 anos para atender toda a cidade, eles ganham um tempo considerável para continuarem vendendo carros como se fossem bananas. Agora, se em 4 anos a cidade tiver 1.000 km de ciclovias, isso pode levar mais de 2 milhões de ciclistas as ruas, sendo que, segundo pesquisas, 1 milhão desses ciclistas podem ser motoristas, já imaginaram o transtorno que causaríamos?

Veja a pesquisa Ibope-Nossa São Paulo completa.

Um outro ponto que ninguém da grande mídia menciona é que ganharemos não só mais uma ponte, mas também um símbolo do descaso em relação as nossas as leis. Mas para que se preocupar com leis se a maioria dos motoristas ignora as mais básicas leis de trânsito? Não podemos cobrar que nossos governantes façam o mesmo não é? Mas voltando ao descaso, essa obra não poderia ter sido feita em lugar melhor.

Em 3 de fevereiro de 1995, foi promulgado o Decreto 34.854, que regulamenta a lei 10.907 de 1990, o decreto diz o seguinte:

Art. 1º - Os futuros estudos, projetos e obras viárias no Município de São Paulo, visando a construção de avenidas, contemplarão, obrigatoriamente, espaço destinado a implantação de ciclovias.


Como a avenida Águas Espraiadas (hoje Roberto Marinho) foi inaugurada em janeiro de 96, em cumprimento a essa lei, foi construída uma ciclovia de 200 metros, numa avenida de 4,5 quilômetros.

Ciclovia Avenida Roberto Marinho - Águas Espraiadas
Inicio da Ciclovia com o "marco inicial" no meio dela.

Ciclovia Avenida Roberto Marinho - Águas Espraiadas
Fim da ciclovia, como você é bobinho, achou que ela iria até o final da avenida?

Esse mesmo decreto prevê também:

Art. 4º - Os novos projetos para implantação de avenidas que impliquem construção de pontes, viadutos e aberturas de túneis deverão prever que essas obras de arte sejam dotadas de ciclovias, integradas com o projeto de construção da avenida.

Seria uma perfeita oportunidade de compensar uma das maiores injustiças dessa cidade em relação aos ciclistas e pedestres que são as pontes de São Paulo, mas como esta bem claro na foto abaixo, perderam mais esta oportunidade. Aliás, essa é a única sinalização oficial, que diz respeito a Bicicleta, que você encontrará com facilidade na cidade de São Paulo.

Estilingão - Ponte Estaiada do Morumbi

Já tentou atravessar a pé alguma ponte da cidade? Faça o teste e vá bem preparado para a aventura, pois em praticamente nenhuma ponte da cidade você consegue realizar uma travessia segura. A única ponte onde pedestres e ciclistas conseguem atravessar com “relativa” segurança é a ponte do Morumbi. Já cadeirantes, me desculpem, continuem sem poder atravessar nenhuma ponte da cidade.

Pontes de São Paulo - João Dias
Pedestre, atravesse sobre a faixa de pedestres. Como assim que faixa?

Pontes de São Paulo - João Dias
Atravesse calmamente pois nessa cidade você tem a preferência.

Mas fazer o que? Com certeza teremos muitas pessoas elogiando esse trambolho, até alguns pedestres que nem carro possuem ou mesmo motoristas que jamais passarão por essa ponte por morarem tão longe daqui.

Fruto dessa cultura de glamorização do patrimônio motorizado e de uma política absurda em benefício ao transporte individual motorizado. Mas de quem é a culpa, do governo? Claro que não, a culpa é da população, que influenciada ou não, foram eles que pediram isso aos políticos. A 15 anos atrás, metade dos motoristas de hoje andavam apenas de ônibus. Mas ao invés de exigirem uma melhoria do transporte público, resolveram pedir mais avenidas e pontes para usarem seus carros quando tivessem dinheiro (ou crédito) para comprar.

Antes de encerrar, não podemos citar a questão da Favela Jardim Edith, aquela que fica ao lado do Estilingão. Você sabia que querem tirar aquele povo dali e mandarem para o Campo Limpo a 18 km de distância, ou dar um cheque despejo no valor que varia de 5 a 8 mil reais?

Estilingão - Ponte Estaiada do Morumbi

Detalhe 1: Na região do Campo Limpo existem diversos moradores que vivem em áreas de risco, ou mesmo na beira de córregos sem a menor infraestrutura sanitária. Porque não alocar nessas construções da CDHU pessoas da região, ao invés de trazer de uma vez uma enorme população para uma área já densamente habitada?

Estilingão - Ponte Estaiada do Morumbi
Moradia do Campo Limpo, próximo aos prédios da CDHU.
Exibir mapa ampliado

Porque não construir em um terço da área da atual Favela Jardim Edith, "predinhos" de 4 andares no máximo, sem elevadores, para alocar os moradores da região e no resto da área, construir uma grande área de lazer para a população?

Detalhe 2 que responde o Detalhe 1: Relatório emitido pela Emurb em no final de 2007, informa que a Prefeitura deve arrecadar R$1,126 bilhão com a venda de potencial construtivo na região da Operação Urbana Águas Espraiadas. Ou seja, dá pra construir 4 pontes daquelas só com o "terreninho" ali do lado.

É isso aí povo de São Paulo, parabéns, essa ponte é o símbolo de uma conquista de vocês, não era isso que tanto queriam? Continuem pensando e agindo assim, já que dentro de seus bólidos pouco importa se suas atitudes estimulam as injustiças que ocorrem em sua cidade. O mais importante não são mais vias para seus carros? Portanto aproveitem e saboreiem essa nova vitória, pelo menos enquanto tiverem ar para respirar.

André Pasqualini
http://www.ciclobr.com.br/

A preguiça humana

DRAUZIO VARELLA

A preguiça humana

Se você é daqueles que esperam a visita da disposição física para fazer exercícios, desista

MAL DESEMBARQUEI no aeroporto Santos Dumont, dei de cara com uma jibóia contorcida que avançava em passo de procissão. Era uma fila longa e grossa constituída por mulheres com trajes formais e homens de terno escuro, ejetados pelos aviões que aterrissavam no primeiro horário da manhã.
Usuário contumaz da ponte aérea que liga São Paulo ao Rio, jamais havia me deparado com aquela aglomeração ordeira.
Assim que a jibóia fez a curva, saí de lado para enxergar a origem do congestionamento. Não pude acreditar: a fila desembocava na boca da escada rolante. Ao lado dela, a escada comum, deserta como o Saara.
Imaginei que houvesse alguma razão para tanta espera, quem sabe a escada mecânica estivesse obstruída; mas, como não percebi nenhum obstáculo, caminhei em direção a ela. Não fosse a companhia de um rapaz de mochila nas costas, dois degraus à minha frente, eu teria descido no desamparo.
Se ainda fosse para subir a escada rolante, o esforço maior e a transpiração àquela hora da manhã talvez justificassem a falta de iniciativa. Os enfileirados, no entanto, berrando em seus celulares, em pleno vigor da atividade profissional, recusavam-se a movimentar as pernas mesmo para descer.
Se perguntássemos para aquele povo se a vida sedentária faz bem à saúde, todos responderiam que não. Pessoas instruídas estão cansadas de ler a respeito dos benefícios que a atividade física traz para o corpo humano: melhora as condições cardiorrespiratórias, reduz o risco de doenças cardiovasculares, reumatismo, diabetes, hipertensão arterial, câncer, degenerações neurológicas etc.
Por que, então, preferem aguardar pacientemente a descer um lance de degraus às custas das próprias pernas?
Por uma razão simples: o exercício físico vai contra a natureza humana. Que outra explicação existiria para o fato de o sedentarismo ser praticamente universal entre os que conseguem ganhar a vida no conforto das cadeiras?
A preguiça para movimentar o esqueleto não é privilégio de nossa espécie: nenhum animal adulto gasta energia à toa. No zoológico, leitor, você jamais encontrará uma onça dando um pique aeróbico, um gorila levantando peso, uma girafa galopando para melhorar a forma física. A escassez milenar de alimentos na natureza fez com que os animais adotassem a estratégia de reduzir o desperdício energético ao mínimo.
A necessidade de poupar energia moldou o metabolismo de nossa espécie de maneira tal que toda caloria ingerida em excesso será armazenada sob a forma de gordura, defesa do organismo para enfrentar as agruras dos dias de jejuns prolongados que porventura possam ocorrer.
Por causa dessas limitações biológicas, se você é daquelas pessoas que esperam a visita da disposição física para começar a fazer exercícios com regularidade, desista. Ela jamais virá. Disposição para sair da cama todos os dias, calçar o tênis e andar até o suor escorrer pelo rosto nenhum mortal tem.
Encare a atividade física com disciplina militar ou esqueça-se dela. Na base do "quando der, eu faço", nunca dará.
Falo por experiência própria. Sou corredor de distâncias longas há muitos anos. Às seis da manhã, chego no parque, abro a porta do carro e saio correndo. Não faço alongamento antes, como deveria, porque, se ficar parado, esticando os músculos, volto para a cama. Durante todo o percurso do primeiro quilômetro, meu cérebro é refém de um pensamento recorrente: não há o que justifique um homem passar por esse suplício.
Daí em diante, as endorfinas liberadas na corrente sangüínea tornam o sofrimento mais suportável. Mas o exercício só fica bom, de fato, quando termina. Que sensação de paz e tranqüilidade! Que prazer traz a certeza de que posso passar o resto do dia sentado, sem o menor sentimento de culpa.
Se eu perguntasse às pessoas daquela fila por que razão levam vidas sedentárias, todas apresentariam justificativas convincentes: excesso de trabalho, filhos que precisam ir para a escola, obrigações familiares, trânsito, falta de dinheiro, violência urbana.
No passado, diante desses argumentos, eu ficava condoído e me calava. Os anos de profissão mudaram minha atitude, entretanto: escuto as explicações em silêncio, mas não me comovo com elas. O coração vira uma pedra de gelo. No final, quando meu interlocutor pergunta como poderia encontrar tempo para a atividade física regular, respondo:
"Isso é problema seu."

quarta-feira, 26 de março de 2008

SAÚDE, MANIPULAÇÃO GENÉTICA, LUCRO E FALTA DE ESCRÚPULOS

CANOLA - A PLANTA QUE DEUS NÃO CRIOU:

A canola é mais uma destas histórias atuais, que mostram como a ciência, afastada do comum das pessoas, se torna cúmplice de atitudes públicas, que podem ser perigosas para a saúde coletiva.
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer a seguinte questão: o que é canola, que, afinal, nem consta nas encicoplédias (Comptons e Encarta de 96)? Vejam só: canola é novo nome da Colza. Colza? Novo nome? O que é isto afinal?

Bem, a Colza é uma planta da família das mostardas. É a mesma planta que foi a fonte de produção do agente mostarda, gás letal usado de forma terrível na Guerra Mundial. O óleo de colza é utilizado como substrato de óleo lubrificante, sabões e combustível, sendo considerado venenoso para coisas vivas: ótimo repelente (bem diluído) de pragas em jardins. Este poder tóxico é proporcionado pela alta quantidade de ácido erúcico que contém. Tem sido usado de forma alimentar no Extremo Oriente, na forma não refinada, e contrabalançada com uma dieta rica em gordura saturada, o que evitaria seus graves efeitos tóxicos. No entanto, no ocidente o objetivo era se produzir um óleo com pouca gordura poliinsaturada, e boa quantia de ácido oléico e omega-3.

O óleo de oliva tem estes predicados, mas sua produção em larga escala é dispendiosa. Aí entram em cena empresas de "ótimas intenções", como a Monsanto, que produz uma variação transgênica da colza. Para evitar problemas de marketing, usa o nome CAN - OLA (Canadian oil - ou óleo canadense). Isso mesmo: CANOLA é absolutamente transgênica. Sua comparação aos benefícios do óleo de oliva não passa de uma estratégia de venda: o óleo de oliva é bem mais caro, mas o de canola é mais caro do que os outros óleos, apesar de ser de produção baratíssima! Bom negócio, enfim. Bem, se você não queria usar transgênicos sem
seu expresso consentimento, mas já usou o óleo de canola, talvez até aconselhado pelo seu cardiologista ou nutricionista, fazer o quê?

Perdemos o direito desta opção quando nos foi retirada toda a informação. Mas se é tão bom assim como se diz, por que não informar tudo a respeito? O óleo de canola está longe de ser tão salutar assim como se alardeia. Se observarem bem, pode deixar um cheiro rançoso nas roupas, pois é muito facilmente oxidado, e seu processo de refinamento produz as famigeradas gorduras trans (igual problema das margarinas), relacionadas a graves doenças, incluindo o câncer. Produz déficit de vitamina E, antioxidante natural. humano, e alimentos feitos com canola emboloram mais rapidamente. As pequenas quantidades de ácido erúcico, que ainda persistem na planta alterada, continuam sendo tóxicas para consumo a ação tóxica é cumulativa.

Existem relatos de inúmeras outras enfermidades ligadas à ingestão e até mesmo à inspiração de vapores de canola (possível vínculo com câncer de pulmão). A canola também ilustra um jeito de funcionar das mega empresas de biotecnologia. Em abril de 2002, nos Estados Unidos, o CFS (Centro de Segurança Alimentar) e o GEFA (Alerta de Alimentos Geneticamente Produzidos) pediram uma investigação criminal contra a Monsanto e a Aventis, mais o Departamento Americano de Agricultura, que haviam permitido o ingresso ilegal de sementes de colza modificada para dentro do território americano antes da aprovação legal desta importação para produção local.

Aqui e lá tudo funciona meio parecido. A própria liberação da canola no território americano contou com estímulo de US$50 milhões do governo Canadense para que o FDA - órgão regulador - facilitasse seu ingresso na indústria alimentar de lá, mesmo sem os adequados estudos de segurança em humanos. Enfim, novamente nos defrontamos com uma situação em que a mão do homem subverte o bom-senso entre ciência e saúde, ao que parece porque os interesses econômicos são muito mais persuasivos que os interesses dos consumidores.

Mas o pior é que não podemos contar com os meios de informação, que sistematicamente informam o que interesses maiores julgam mais oportuno. A canola, podemos ter certeza, é uma fração pequena do mundo obscuro do capitalismo científico, que pesquisa fontes de enriquecimento muito mais entusiasticamente do que as verdadeiras fontes de saúde, vida e paz!


domingo, 16 de março de 2008

CAMINHAR É PRECISO II

Os 10 benefícios da caminhada Imprimir E-mail
Saiba quais são os 10 maiores benefícios da caminhada na opinião do dr. Fabio Ravaglia, presidente do Instituto Ortopedia & Saúde….
1. MAIS AMIGOS
A caminhada é um excelente exercício para manter as pessoas saudáveis e integradas na sociedade. Ajuda as pessoas a terem mais amigos!!!! A caminhada é também um excelente exercício para atingir um condicionamento físico saudável. Na caminhada, os riscos de lesões ortopédicas e cardiovasculares são mínimos em comparação a outras atividades.
2. AUXILIA NO CONTROLE DO COLESTEROL
A caminhada é uma atividade que emagrece, proporciona condicionamento cardiovascular e fortalece membros inferiores, além de reduzir as taxas de colesterol ruim (LDL e o VLDL) e aumentar o colesterol bom (HDL).
3. AUXILIA NO CONTROLE AO DIABETES
A caminhada é a atividade física mais indicada para o diabético, que deve praticá-la de três a quatro vezes por semana por, pelo menos, meia hora. A principal dica é usar tênis confortável e caminhar em local plano, sem buracos e bem ventilado. Já foi demonstrado em muitos estudos que a realização de exercícios reduz os níveis de glicose e melhora a ação da insulina. Essas ações reduzem a necessidade de medicamentos orais e a dose de insulina a ser aplicada. Além disso, o exercício queima calorias, o que ajuda no controle de peso e melhora o humor, ajudando a enfrentar os problemas da doença.
4. É BOM PARA O CORAÇÃO!
Como é uma atividade aeróbia, provoca a oxigenação cerebral e, se realizada rotineiramente, é capaz de liberar endorfinas — os hormônios que tranqüilizam e dão a sensação de bem-estar. A lista de doenças que a caminhada ajuda a evitar é imensa: acidente vascular cerebral, depressão, ansiedade, osteoporose, artrose, obesidade, diabetes “mellitus”, câncer de intestino e até intestino preguiçoso.
5. AUXILIA NA PREVENÇÃO À OSTEOPOROSE
Exercícios com suporte de peso (mesmo que o peso seja o seu próprio corpo) tais como caminhadas, exercícios aeróbicos, tênis e jogging são essenciais para o paciente com osteoporose. Mulheres no período pós-menopausa devem consultar o médico para verificar a necessidade de tomar estrógenos e progesterona (ou somente estrógenos para mulheres sem o útero). Esses medicamentos podem parar rapidamente a perda de osso, aliviar alguns dos sintomas associados à menopausa, beneficiar o coração por aumentar o "bom colesterol” (HDL) e diminuir o "mau colesterol” (LDL). Vale lembrar que se admite que os estrógenos podem aumentar ligeiramente a probabilidade do câncer de mama e útero. O paciente e seu médico determinarão a melhor alternativa em cada caso.
6. OSSOS MAIS FORTES
Assim como os músculos, os ossos se tornam mais fortes com as atividades físicas. Os melhores exercícios para os ossos são os exercícios de sustentação do peso, que forçam a pessoa a trabalhar contra a gravidade. Esses exercícios incluem a caminhada, corrida, subir degraus, musculação e dança.
7. MAIS VITALIDADE
A caminhada regular, desde que bem orientada, traz ao praticante uma série de benefícios como:
- Melhor estabilidade articular;
- Aumento de massa óssea;
- Aumento da taxa de hormônio do crescimento;
- Diminuição da freqüência cardíaca de repouso;
- Diminuição da pressão arterial;
- Melhor utilização da insulina;
- Controle da obesidade;
- Diminuição do risco de varizes;
- Diminuição do risco de derrame cerebral;
- Diminuição do risco de arteriosclerose;
- Diminuição do risco de lombalgia;
- Aumento da força;
- Aumento da flexibilidade;
- Aumento da resistência aeróbica;
- Aumento da resistência anaeróbica;
- Facilitação da correção de vícios posturais;
- Aceleração da recuperação de várias cirurgias;
- Melhora da qualidade do período gestacional;
- Facilitação do parto normal;
- Facilitação da mecânica respiratória;
8. AUMENTA A EFICIÊNCIA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
9. DIMINUI O ESTRESSE E COMBATE A DEPRESSÃO
A caminhada ajuda no tratamento de distúrbios psicológicos. Caminhar por 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão eficiente no tratamento de depressão aguda quanto a utilização de medicamentos.
10. CAMINHAR EMAGRECE!
O excesso de peso pode aumentar o risco para doenças cardiovasculares na medida em que aumenta suas chances de desenvolver hipertensão (pressão elevada), níveis elevados do "mau colesterol" e diabetes. A caminhada pode ajudar — e muito — a alcançar o peso ideal para manter a saúde.

CAMINHAR É PRECISO

Como começar a caminhar?

Por Mônica Peralta

Para deixá-lo mais seguro para o início da atividade física, a professora de educação física do Pão de Açúcar Club Mônica Peralta, dá algumas dicas sobre benefícios da caminhada, tipo de alimentação, como se vestir e até um programa de treinamentos.

BENEFÍCIOS DA CAMINHADA
Um coração e um pulmão mais sadio;
Maior resistência física – músculos, ossos e articulações sadios;
Ajuda no controle do stress, ou seja, ajuda você a relaxar e sentir-se menos tenso;
Melhora na capacidade de dormir rapidamente;
Diminui o risco a obesidade, em conjunto com uma alimentação balanceada e equilibrada;
Melhora o colesterol bom HDL e diminui o colesterol ruim LDL.
Com todos esses benefícios ocorrendo internamente no seu corpo, não poderia deixar de ocorrer a melhora da sua auto-estima e da melhora da disposição do seu dia – a – dia.

COMO CAMINHAR
Antes de você iniciar qualquer programa de caminhada ou atividade física é importante que você consulte o seu médico. Ele lhe dará uma visão mais precisa da sua condição de saúde atual.

Horário: Escolha um horário, de preferência ao período da manhã até as 10 horas ou final da tarde após as 17 horas, onde o calor não seja muito forte.

Roupas e Tênis: Use roupas leves e confortáveis. Evite jeans e tecidos sintéticos ou qualquer outro tecido que prenda seus movimentos. Use um tênis com amortecimento adequado. O relógio é importante para medir a duração da sessão de caminhada, as meias também são importantes, opte por meias finas para não causar bolhas.

Local: Procure um local agradável e seguro, onde não haja poluição e automóveis trafegando, evite também locais onde o terreno seja muito acidentado.

Freqüência Semanal: Para iniciar uma atividade física é aconselhável, começar aos poucos, 3 vezes na semana e em dias alternados, após o período de adaptação, aconselho de 4 a 6 vezes na semana, deixando pelo menos 1 dia para descanso.

Intensidade do Exercício: Para realizarmos qualquer atividade física é importante que se conheça a sua freqüência cardíaca, ou seja, os batimentos do seu coração durante o exercício, que deve ser de 60 % a 85 %. Como podemos identificar? Sua freqüência cardíaca máxima está em torno de 220 menos a sua idade. Por exemplo, se a sua idade for de 61 anos, faremos o seguinte cálculo. 220-61=159. A intensidade de sua caminhada deve estar entre 95 batimentos por minuto (60% de 159) e 135 batimentos por minuto (85% de 159). Então uma caminhada segura e com efeitos fisiológicos para esta idade é de 95 a 135 batimentos por minuto.

Postura da Caminhada: A caminhada com intuito de atividade física é diferente da caminhada de shopping. Ela solicita uma maior atenção de seu corpo e uma continuidade. O tronco deve estar ereto, cabeça levantada e o olhar voltado para frente. As suas passada devem ser contínuas e ritmada, mas lembre-se de uma maneira confortável. Uma boa intensidade é aquela que ainda permita você conversar tranqüilamente

Dicas de Alimentação: Atividade física não combina muito bem com alimentos ricos em gordura, porém para aqueles que estão iniciando uma atividade física ou já fazem alguma atividade física é importante que seja avaliado o seu cardápio, incluindo mais verduras, legumes, frutas, grãos e outros. Qualquer dúvida consulte um nutricionista. Não esqueça da hidratação em pelo menos um copo de água 200ml a cada hora, durante o seu dia.

Execução: Antes de iniciarmos a caminhada é importante que você esteja hidratado e tenha feito ingestão de algum alimento pelo menos 1 horas antes da atividade. Deve-se iniciar com alguns exercícios de alongamento como, pescoço, braços, tronco, pernas e pés. O alongamento inicial é importante pois ajuda a preparar a musculatura para o início da atividade. Este alongamento pode durar de 10 a 15 minutos. Pronto o alongamento, iniciamos a caminhada lembrando-se que ainda estamos na parte de aquecimento, caminhar de 8 a 10 minutos leve, em seguida entrar no trabalho propriamente dito acelerando um pouco mais.

Após o trabalho intenso, ou seja, de acordo com a sua freqüência cardíaca ideal. Desacelere as suas passadas em torno de 6 a 8 minutos, o que chamamos de desaquecimento.
Encerre a sua atividade com mais 10 minutos de alongamento e com um bom copo de água fresca.

Siga a sugestão de treinamento

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Parabéns, São Paulo: chegamos aos 6 milhões

Segundo esta reportagem, na quinta-feira (21) a frota de veículos motorizados da cidade de São Paulo alcançou o fabuloso número de seis milhões de unidades. Deste total, 75% são automóveis (4,5 milhões).

Quem causa o trânsito? Quem polui o ar? Quem provoca o abandono do espaço público?

O recorde é fruto do “desenvolvimento” da metrópole que não podia parar. Por “desenvolvimento”, leia-se: consumismo, individualismo, desperdício de recursos naturais, precarização do trabalho, formatação do território para atender a acumulação e o fluxo de riquezas (sem distribuí-las), produção de lixo, implantação de políticas que beneficiam e enriquecem alguns poucos em detrimento de todos, privatização ou abandono dos espaços públicos.

Não houve sequer um governo (federal, estadual ou municipal) desde 1950 que ousou enfrentar a máfia automobilística e racionalizar o uso do automóvel. Pelo contrário: todos acreditam nas obras viárias e na concessão de benesses ao uso do automóvel como a melhor forma de conquistar votos.

De fato, a população adora um novo viaduto com o nome de algum ilustre canalha, mesmo que a nova ponte seja vetada ao transporte coletivo, à pedestres ou bicicletas. Todos querem um carro. Com ele, o sujeito se sente livre e poderoso: ascende a um novo extrato social.

Ué, mas não é isso que a tevê ensina em comerciais, novelas e filmes? Ou alguma celebridade ou político aparece na tevê saltando de um ônibus ou caminhando pelas ruas?

Romper com a hegemonia do automóvel e enquadrá-lo em um uso racional é uma das tarefas mais importantes deste novo século. E essa tarefa não será feita por agências de publicidade, departamentos de marketing ou discursos políticos.

A construção de cidades humanas, onde o barulho, a poluição, o congestionamento e a agressividade não sejam a regra, se dá na prática, com ações concretas, mudanças de hábitos, paradigmas e políticas.

Cabe aos cidadãos se livrarem de desculpas como “o transporte público é ruim” e, pelo menos, caminharem até a padaria da esquina.

Começa com o hábito de deixar o carro em casa no dia do rodízio e vivenciar um dia de “realidade” dentro de um ônibus, em cima de uma bicicleta ou sobre dois pés, e não mudar os horários de trabalho por não conseguir se livrar da carro-dependência.

Aos governantes, atitutes e políticas para as cidades devem realmente retirar o excesso de espaço e privilégios dedicados aos automóveis, beneficiando toda a população, e não apenas aqueles que se locomovem em máquinas. E isso não será feito com migalhas que sobram das pontes, estradas e túneis…

Por hora, um brinde à indústria automobilística e ao desenvolvimento suicida que faz abrir o sorriso na cara de comentaristas econômicos, políticos e especuladores em geral.

Parabéns, São Paulo!


Fonte: http://apocalipsemotorizado.net/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

FRUTAS E VERDURAS=SAÚDE

VEJA OS BENEFÍCIOS QUE ESTES VEGETAIS E FRUTAS
PODEM TRAZER PARA A SUA SAÚDE.

ALHO

Anticoagulante, protege o fígado, antiinflamatório, combate viroses, diurético, antioxidante, antibiótico, estimula o sistema imunológico, previne o diabetes, reduz o colesterol, dissolve gorduras.

BERINGELA

Auxilia na prevenção do câncer; antidepressivo; analgésico; reduz o colesterol; estimula o sistema imunológico

BRÓCOLIS

Previne o câncer, antiinflamatório, combate viroses, protege o fígado; antibiótico, anticoagulante; reduz o colesterol; combate a dor muscular; diminui a pressão arterial; analgésico
CEBOLA Previne doenças cardiovasculares; antioxidante; antialérgico; antiinflamatório; antibiótico; dissolve gorduras
CENOURA Antialérgico; antiinflamatório; tratamento do câncer de mama, bexiga e próstata, laxante combate viroses, antioxidante, reduz o colesterol, vasodilatador, tratamento da asma, previne a catarata

LIMÃO

Reduz o colesterol, ajuda a prevenir o câncer de cólon, mama e pulmão

MAÇÃ

Previne doenças cardiovasculares, antibiótico, antiinflamatório, fortalece artérias, fortalece artérias e veias, diurético, anestésico, expectorante

MORANGO

Antiinflamatório, antioxidante, ajuda a evitar o câncer, estimula o funcionamento do coração

REPOLHO

Antibiótico, combate a dor muscular, auxilia na prevenção do câncer

TOMATE

Tratamento e prevenção do câncer de bexiga, mama e próstata, reduz o colesterol, antioxidante

UVA

Anticoagulante, reduz o colesterol, estimula o coração