terça-feira, 29 de janeiro de 2008

La Consciencia (em espanhol)

Consideramos que el ser humano está en proceso de evolución, de crecimiento, de desarrollo. Una vez conseguido suficiente progreso psicológico el siguiente paso cualitativo devendrá en el despertar o activación de la Consciencia.

Completada la evolución física con el óptimo desarrollo de manos y cerebro acaeció el ser psicológico, alcanzando su máximo esplendor en la razón o intelecto y el sentimiento. Ni razón ni sentimiento común son la culminación de la persona. Estos no son sino formas primarias de cualidades superiores por desarrollar. El máximo esplendor del ser humano (y sabe Dios si este será un escalón más en el ascenso) es o más bien será La Consciencia.

Así como del ser físico al ser psicológico hay un cambio cualitativo abismal, así lo hay del psicológico al Ser Consciente.

Significamos con el término “Consciencia” el darse cuenta tanto de sí como de cuanto nos rodea. Es el ver nítido del ver, un acceso a la “gran realidad”, más allá de la realidad parcial que recogen nuestros todavía pobres sentidos físicos y psicológicos.

La Consciencia no se produce de manera inconsciente, instintiva o automática sino que exige de una cualidad superior, la Voluntad Real, de orden superior a nuestra seudo voluntad o voluntad condicionada supeditada al determinista deseo, interés o preferencia generado desde el automatismo del subconsciente. Es la opción de querer (poder) ejecutada desde nuestra total libertad, dueña de sí.

La Consciencia implica también de un sentimiento no supeditado a la dualidad de felicidad y sufrimiento sino que genera Bienaventuranza, Deleite o Dicha Consciente.

En el Estado Consciente no existe sufrimiento así como tampoco mecanicidad o automatismo (propios del físico y del psicológico) ni está bajo los efectos del sueño, parcialidad o condicionamiento propio del estado precedente, ni vive sujeto a la ignorancia del ser psicológico.

En la Consciencia todo es “conocimiento real, saber”, “darse cuenta, ver, tener”, “acción libre y voluntaria, poder”, “dicha y gozo pleno, deleite”, en definitiva “SER”.

La Consciencia no necesita de la mente común, del pensamiento, de la memoria psicológica, es más, para su manifestación precisa de un silencio mental pleno.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Vámos treinar?

Em toda a história da humanidade, a atividade física vigorosa sempre esteve associada com a imagem de pessoas saudáveis. Basta lembrarmos dos jogos olímpicos que começaram na Grécia 776 antes de Cristo! Mens sana in corpore sano, diziam os romanos.

Popularmente existe a tendência para considerar todas as pessoas iguais, sendo as diferenças individuais atribuídas a fatores ambientais tais como hábitos de vida e alimentação, entre outros, e esquece-se os fatores hereditários, genéticos. É importante lembrar que a saúde das pessoas repousa sobre duas colunas : a constituição genética e as condições ambientais. Entretanto, agora, vamos dedicar-nos a estas últimas, porque a consciência e a preocupação com as heranças genéticas, não deve levar à posição de negligência do papel dos fatores ambientais. Dentre estes, que estimulam a saúde das pessoas, estão os exercícios físicos, ao lado da boa alimentação, da higiene, das imunizações, da vida em ambiente saudável, do sono e da recuperação adequada dos esforços físicos e mentais.

Consideração de importância é a de que os benefícios do exercício são comuns à todos os tipos de atividade física, esportiva ou laborativa, desde que os esforços não sejam excessivos em relação à condição física da pessoa. O exercício é uma forma de sobrecarga para o organismo. Sobrecargas bem dosadas estimulam adaptações de aprimoramento funcional de todos os órgãos envolvidos, mas quando excessivas, produzem lesões ou deterioração da função. O sedentarismo caracteriza-se por uma ausência de sobrecargas para todo o sistema neuro-músculo-esquelético e metabólico, levando ao enfraquecimento progressivo de estruturas com funções biomecânicas, e à alterações funcionais que estatisticamente se correlacionam com maior incidência ou gravidade de doenças. Com base em estudos epidemiológicos e fisiopatológicos, formou-se o consenso de que os exercícios estimulam a saúde em diversos aspectos:

  1. Alívio de tensões emocionais: a atividade física é reconhecida como uma forma eficiente de aliviar o stress emocional, diminuindo assim um importante fator de risco para diversas doenças crônicas.
  2. Melhora da composição sanguínea: os exercícios em geral tendem a normalizar os níveis de glicose, gorduras e diversas outras substâncias no sangue, que podem estar alterados e trazer riscos aos portadores.
  3. Redução da pressão arterial: pessoas ativas fisicamente tendem a ter níveis pressóricos mais baixos, e os exercícios em geral auxiliam a diminuir a pressão arterial dos hipertensos.
  4. Estímulo ao emagrecimento: qualquer tipo de exercício estimula a redução da gordura corporal, diminuindo assim a possibilidade da pessoa desenvolver doenças como a aterosclerose, o diabetes e outras.
  5. Aumento da densidade óssea: o sedentarismo leva à uma diminuição progressiva da resistência óssea, aumentando o risco de fraturas, e os exercícios físicos constituem recurso de alta relevância para evitar e reverter essa situação.
  6. Aumento da massa muscular: a atividade física habitual leva à um aumento do volume e força dos músculos, protegendo as articulações e favorecendo a aptidão física.
  7. Desenvolvimento da aptidão física: os exercícios aumentam a capacidade das pessoas realizarem esforços, permitindo assim maior autonomia motora, condição conhecida como boa qualidade de vida.

Um dos aspectos que não pode ser esquecido, em função de sua importância para a vida em sociedade, é a deterioração da forma do corpo conseqüente ao sedentarismo. A falta de exercícios leva à diminuição progressiva da massa muscular e à tendência para o acúmulo de gordura. Tendo os músculos consistência firme e formas arredondadas, sua função é modeladora, tanto no homem quanto na mulher. O tecido adiposo, de consistência flácida e sem forma definida, é o elemento deformante do corpo.

Nas cidades, a solução mais habitual para o sedentarismo imposto pelo trabalho intelectual são as atividades esportivas. Clubes, academias e empresas que fabricam equipamento profissional e doméstico para ginástica proliferam nas regiões urbanizadas de todo o planeta, em consonância com a consciência das pessoas quanto à necessidade de atividade física. Atividades recreacionais como caminhadas, passeios ciclísticos, pescarias, camping e náutica também envolvem razoável e benéfica atividade física, mas devido ao seu caráter geralmente esporádico, devem ser complementadas com outras formas de exercício mais freqüente.

Uma questão que costuma receber ênfase injustificada é a indicação da atividade física supostamente ideal. O que se pode afirmar do ponto de vista do conhecimento científico é que todas as formas de exercício possuem mais ou menos os mesmos efeitos salutares acima elencados. Assim sendo, não se justifica classificar as diversas atividades físicas como mais ou menos salutares, a não ser que se considere a incidência de traumas, que evidentemente pode variar entre as diversas formas de exercício. A opção por uma ou outra forma de atividade física deve ficar por conta do prazer que cada pessoa encontra na sua prática. Pessoas extrovertidas costumam apreciar atividades coletivas com bola e ao ar livre, nos clubes e praças esportivas. As pessoas mais introvertidas geralmente preferem atividades individuais em academias, e quando as suas personalidades não são adequadas nem para estes locais, os exercícios em casa podem ser os ideais.


Escolhido o tipo de exercício com base na preferência e na condição física da pessoa, uma adequada orientação técnica é fundamental. Nos clubes e academias professores e técnicos poderão oferecer a orientação adequada em cada modalidade esportiva. Para as pessoas que preferirem os exercícios domésticos, é importante seguir as orientações dos equipamentos utilizados, geralmente fornecidos por meio de folhetos ou vídeos. Qualquer dúvida deverá ser esclarecida com profissionais de educação física, muitos dos quais estão se dedicando à função de treinadores pessoais.

A avaliação inicial de alguém que deseja iniciar um programa de condicionamento físico é um outro aspecto que merece algumas considerações. As recomendações para atividade física de populações estabelecidas pelos "Centers for Disease Control and Prevention" e pelo "American College of Sports Medicina", dos Estados Unidos (Pate et al, 1995), esclarecem que a maioria das pessoas adultas não necessitam consulta médica antes de iniciar um programa de exercícios suaves ou moderados. Homens acima de 40 anos e mulheres acima de 50 anos, devem consultar um médico nas seguintes situações: desejo de praticar exercícios intensos; quando apresentarem doenças crônicas do tipo diabetes, hipertensão arterial e aterosclerose; quando apresentarem fatores de risco para doenças crônicas tais como tabagismo e obesidade. Na consulta médica serão avaliados os antecedentes familiares e pessoais, os sinais e sintomas de doenças em geral, e exames laboratoriais poderão estar indicados. Um deles é o eletrocardiograma realizado durante exercício em bicicleta ergométrica ou esteira, que pode evidenciar estágios iniciais de doenças cardíacas, caso em que estarão contra-indicados exercícios exaustivos de qualquer tipo. Avaliação detalhada da composição corporal e das qualidades de aptidão não é uma necessidade para realizar exercícios com segurança e eficiência, desde que as pessoas sejam bem orientadas por um profissional competente. Mudanças de hábitos alimentares podem ser necessárias para que as pessoas possam atingir os seus objetivos, e neste caso uma consulta com nutricionista poderá ser importante.

Caminhar é preciso!

Caminhada: uma das melhores atividades físicas
Muitas pessoas têm o hábito de caminhar, outras caminham apenas nos meses que antecedem o verão. Há ainda aquelas que nem se preocupam em fazer exercícios ... Mas saiba que a caminhada é uma das melhores atividades físicas e deveria ser praticada diariamente, pois faz muito bem à saúde.

Se você nunca experimentou, por que não começar agora? Ainda há tempo. Corra para o guarda-roupa, vista uma algo bem leve e procure caminhar num local gostoso e tranquilo.

A caminhada é um exercício aeróbico muito simples, que não exige equipamentos, roupas ou locais específicos, apenas um calçado adequado para não causar lesões. Pode ser feita por qualquer pessoa, independente de sexo ou idade.

`É um dos exercícios mais indicados para adultos, especialmente idosos e portadores de doenças cardíacas e metabólicas, como diabetes, osteoporose, obesidade e colesterol alto,´ explica a educadora física Adriana Ramos da Silva, da Clínica Caminho. E, além disso tudo, é uma maneira segura de fortalecer a musculatura de maneira global, pois o risco de lesões é muito baixo.´

Ela também ajuda no tratamento de distúrbios psicológicos. `Caminhar ou correr 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão eficiente no tratamento de depressão aguda quanto a utilização de medicamentos,´ afirma Adriana.

No entanto, é preciso tomar alguns cuidados para que a caminhada seja eficiente. Segundo Adriana, o ritmo é individual, mas é preciso ser constante e mais acelerado, aumentando a freqüência cardíaca. `Procure contar os batimentos do pulso antes, durante e depois da caminhada. O ideal é praticar entre 65% a 85% da Freqüência Cardíaca Máxima, que corresponde a 220 menos a idade da pessoa.´

Começar sempre devagar, caminhando por 20 minutos, três vezes por semana, e fazer um alongamento simples, principalmente dos membros superiores e inferiores, antes e depois da caminhada são fundamentais. Não pratique exercícios em jejum e beba água antes, durante e depois da prática. E evite andar e parar, como se estivesse passeando. Mantenha o rítmo.

Quando o percurso estiver fácil e o aumento do tempo de caminhada já não estiver sendo sobrecarga, é sinal de que você conseguiu um bom condicionamento físico. `Somente nesse momento é adequado passar para o jogging ou corridas,´ conclui.

Fonte: Nutrição e Cia

sábado, 26 de janeiro de 2008

Doe Sangue


O Dinheiro não é tudo.
Salve até 3 vidas sem gastar um centavo.
DOE SANGUE

Recuse o Lixo Postal

No Brasil, o envio de propagandas pelo correio não é tão comum quanto nos EUA, a Terra dos Exageros. Ainda assim, somos soterrados de panfletos nos cruzamentos, recebemos extratos do banco, promoções da TV a cabo, das nossas lojas favoritas… tudo isso acaba indo para o lixo e consome árvores, água e combustível.

Só pra se ter uma idéia, nos EUA, 100 milhões de árvores por ano são transformadas em 4.5 milhões de toneladas de “junk-mail”. Portanto, no que diz respeito à panfletagem pelo correio ou nas ruas, está na hora de acrescentar um novo R à trindade Reduza, Reuse & Recicle: RECUSE.

  • Quem recebe extratos por correio pode, em muitos bancos, solicitar que eles não sejam mais enviados. O banco vai lhe agradecer, pois afinal o que eles mais gostam é lucro.
  • Escreva para a ouvidoria da sua TV a cabo, provedor de internet ou qualquer outro serviço e solicite que seus boletos sejam enviados por e-mail.
  • Não aceite panfletos nas ruas e cruzamentos.
  • Sempre recicle o papel que você recebe. Quando possível, use-o como rascunho, caminha para os animais de estimação e encaminhe-o para a reciclagem.
Fonte: http://mudeomundo.com.br/

México torna bicicletas obrigatórias

Segundo a rádio CBN, a Cidade do México aprovou uma lei que obriga os cidadãos a ir trabalhar de bicicleta pelo menos uma vez por semana. Aqueles que morarem muito longe do trabalho ou então tiverem problemas de saúde não precisarão pedalar, mas terão obrigatoriamente que utilizar o transporte coletivo. A lei visa diminuir o trânsito caótico da cidade e também os efeitos do aquecimento global.

Você já pensou em deixar o carro em casa uma vez por semana e ir trabalhar a pé, de ônibus ou bicicleta? É uma das maneiras mais fáceis e baratas de se combater o aquecimento global, se exercitar e de quebra, mudar o mundo.

Fonte: http://mudeomundo.com.br

Testamento de um Ciclista




Pedalando pelas ruas (ainda) ameaçadoras do Rio, me veio a idéia de escrever um testamento. Doaria meus órgãos. O que mais? Entre idéias bestas havia a de pedir para mandar uma despedida às listas de discussão pró-bicicleta. Eu saía do filme "Diários de Motocicleta" e pensava em revoluções.

Foi na luta pelas bicicletas -e pedestres- contra o uso abusivo automóveis que me senti, em toda vida, mais próximo de um mundo melhor. Foi nas bicicletas que estive mais próximo das pessoas, pobres ou ricas, de um mundo com mais saúde, mais são. Acreditem, ciclo-amigos, a bicicleta tem não só o potencial de redimir a humanidade de ser os carrapatos de Gaia (1), mas também de deixar de ser a humanidade o carrapato de si mesma! Ninguém joga bomba no oriente médio pela bicicleta. Ninguém joga aviões em prédios pela bicicleta. Nem pedir dinheiro no sinal pedem!

Usar o carro sem ter necessidades realmente especiais é crime lesa-humanidade. Não se iluda. As crianças trabalham nas carvoarias que alimentam as aciarias, que alimentam as forjarias, que alimentam as montadoras, que seguem parindo escapamentos pelas suas chaminés, que alimentam as UTIs, o efeito estufa e se alimentam de toda a humanidade. O trabalho infantil é só a ponta de um iceberg, que transporta 30% dos brasileiros mais ricos e congestiona as ruas dos demais ao tomar 70% do espaço disponível. Não adianta que não tem para todos. Todo mundo quer andar de carro, mas ninguém quer morar ao lado da avenida. Quantas quadras de esporte cabem em cada estacionamento? Sua vaga em sua sala de estar? Quantas crianças foram privadas de brincar na rua? Quantas bicicletas uma pessoa precisa durante toda a sua vida? Quantas bicicletas se faz com um carro de uma tonelada de aço?

Sobre uma bicicleta gasta-se pouco. Pouco do ambiente, da saúde, dos nervos. Gasta-se pouco dinheiro, aquele dinheiro que seria vertido através das bombas (bombas!) de combustível para os baús de nossas senhoras feudais, as Irmãs do petróleo, como se fossem impostos pagos por todos seus súditos. "Quer viver? Então pague!" Hoje não! Hoje gastei o dinheiro do ônibus para tomar uma vitamina de abacate! Se fosse a gasolina do carro, daria para um suco de fruta-do-conde e um salgado. Com o IPVA? Troco de computador! E o seguro? Fernando de Noronha! Com o carro? Uma piscina em casa! Seria um mal necessário? Que é um mal, concordamos.

Pela bicicleta li muito. Se pudesse ler pedalando leria mais, mas tem a paisagem para ser vista...Li que o dono de um carro gasta mais de três meses por ano para comprá-lo, mantê-lo e ficar preso dentro dele no trânsito. Quem é dono de quem? Li que se pegarmos toda a distância anual percorrida de carro por um norte-americano e dividirmos por este tempo de três meses, chegaremos à razão de 6km/h: a velocidade de uma pessoa à pé. Corremos tanto para chegar aonde, se o que espera a todos é o túmulo? Li que meia hora diária de exercícios reduz em 50% a chance de termos diabetes, obesidade ou problemas cardíacos, prolongando a vida. Calculei que nessa meia hora um ciclista anda 10km (a 20km/h), quando o deslocamento médio nas cidades é de somente 8km (a 7km/h). Li que 80% da poluição urbana vem dos automóveis. "Ecosport", trouxas! Li, em uma explanação contundente, que quanto mais energia um povo gasta, menos participação ele tem nas decisões sobre seu futuro - Energia y equidad.

Mas, afinal, o que deixo em testamento? Abandonei uma carreira de multinacional, mas nem por isso teria grandes fortunas para meus descendentes. Talvez minha pior mácula seja a de ainda não ter descendentes de sangue. Mas, do fundo do coração, o que eu deixo vai muito além da fortuna e será aproveitado por todos os descendentes do planeta. Um mundo melhor, por um pouquinho que seja. Este mundo melhor, o propelente de meus pedais, que conquistei a cada volta.

Uma vez ouvi numa palestra que se todo revolucionário plantasse uma horta o mundo seria outro. Pois subam nas bicicletas também, revolucionários! Nossa arma é o pedal, nossa trincheira o guidon, nosso alvo: o mundo! Enquanto somos atacados por todos os lados por buzinas, vales transporte, finas de para-choques, chingamentos, disparamos: ra-ta-ta-tá! "Ra-ta-ta-tá"? Não! Bicicleta faz "Trling, trling... Com licença colega!... trling." Uma arma lenta, mas eficaz e permanente!

Dizem que perguntaram à Madre Teresa de Calcutá:
-"Como se faz para mudar o mundo?"
-"É fácil: eu mudo eu. você muda você."

Um dia verão: "mudamos"!

Um forte ciclo-abraço para todos, meus amigos!

C. Dion Teles
Cicloativista



(1) Gaia - Nome vindo da mitologia grega e dado ao planeta Terra ao considerá-lo um ser vivo em si.


Fonte: www.pedal.com.br

Transporte Alternativo


Não vai ser fácil convencer o público das grandes cidades brasileiras sobre a viabilidade da bicicleta como meio de transporte. O desafio começa em uma idéia que, de tão arraigada, já parece natural: a supremacia do automóvel no trânsito urbano, suplantando não apenas os veículos de duas rodas, mas também os pedestres e os sistemas de transporte coletivo.

O excelente blog apocalipse motorizado traz uma série de exemplos do que isso significa na prática. Em um post recente, por exemplo, ele mostra como os monitores da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] de São Paulo que parecem estar ajudando os pedestres na travessia da Avenida Paulista na verdade estão lá para discipliná-los. Se o seu objetivo fosse proteger os pedestres, eles deveriam estar em lugares onde não há semáforo, e de preferência nos horários de pico.

O blog destaca outro exemplo rotineiro — ao menos em São Paulo — de inversão de prioridades: as grades e cercas colocadas por “especialistas” nas grandes avenidas da cidade. Estão lá em nome da sua segurança, mas são na verdade dispositivos anti-pedestres, que seriam desnecessários se houvesse mais semáforos nas esquinas e se os motoristas cumprissem o código de trânsito, que dá prioridade aos pedestres.

São apenas exemplos ou sintomas de um conjunto de políticas públicas que privilegiam o automóvel privado sobre todas as outras formas de mobilidade urbana. O carro já sai com uma vantagem muito grande nesta corrida, por fatores que têm muito pouco a ver com a realidade das grandes cidades. Ele ocupa um espaço privilegiadíssimo no nosso imaginário, representando para muitos um ideal de mobilidade e de individualismo. O carro próprio é também um poderoso símbolo de sucesso econômico, e, para muitos, até uma forma de expressão.

O resultado é uma competição extremamente desigual, que acabou criando um círculo vicioso. A infra-estrutura das grandes cidades privilegia o automóvel. Os transportes alternativos sofrem por falta de investimento, e se tornam cada vez menos atraentes para o cidadão. Pela pobreza das opções ele acaba voltando para o automóvel. Os resultados do desafio intermodal, realizado em várias capitais brasileiras durante o Dia Sem Carro, acabaram confirmando esse estado de coisas.

Eric Ferreira, especialista em transportes do IMAE, compilou os resultados do desafio em São Paulo e nos outros centros urbanos onde foi encenado em 2006 e 2007. Recapitulando: escolhe-se um trajeto típico para a cidade, e os participantes do desafio procuram realizá-lo no menor tempo possível, usando as diversas formas de mobilidade disponíveis. Em São Paulo, por exemplo, o trajeto usado em 2007 partia da Avenida Berrini, na zona sul, e terminava no centro da cidade.

Os resultados variam de cidade para cidade e de ano para ano, mas o padrão geral é bastante claro: os melhores tempos são sempre dos veículos de duas rodas, bicicletas e motos, e os piores são sempre dos transportes coletivos, os ônibus, trens e metrôs. Os automóveis particulares ficam no meio, geralmente mais próximos das motocicletas do que dos coletivos. Eric não vê motivos para surpresa na posição dos carros. Afinal, as cidades têm investido em uma vasta infra-estrutura que privilegia descaradamente o modo privado. O que realmente espanta é o baixo desempenho dos ônibus, em alguns casos não foi muito superior ao de um pedestre.

A conseqüência disso é bastante clara. Para o indivíduo, a economia de tempo é mais um argumento a favor da migração do transporte público para o privado, que se soma aos outros argumentos já conhecidos. Esse filme é conhecido e já sabemos como acaba. Se essa desvantagem competitiva do transporte público persistir, teremos nas grandes cidades brasileiras uma transição semelhante àquela vivida nos anos 20 nos Estados Unidos. Com tudo o que isso representa em termos de congestionamentos, poluição do ar, acidentes de trânsito e inversão de prioridades no urbanismo.

Ainda é possível mudar de direção. Por incrível que possa parecer, para quem conhece o trânsito das nossas cidades os autos particulares ainda são responsáveis por uma parcela reduzida do total de viagens. O espaço público, no entanto, é dominado por eles. Precisamos escapar desse círculo vicioso, mostrando que as vantagens do automóvel na corrida urbana são em grande parte função de escolhas que podem ser corrigidas ou revogadas. O trânsito das nossas grandes cidades não é um fenômeno natural, e o fatalismo não é uma atitude razoável frente a ele ou frente aos seus efeitos negativos.



COMENTÁRIO: Arturo Alcorta (Escola da bicicleta)

A situação de pedestres, ciclistas, crianças, idosos, deficientes, e outros não motorizados nas cidades brasileiras, talvez em especial em São Paulo, é muito ruim porque inexiste pressão por parte destes para que se melhore as condições de conforto e segurança. Os próprios prejudicados desconhecem seus direitos e entendem como natural o lugar e o poder do automóvel. Há inversões históricas de cultura, talvez a principal seja a compreensão do que é coisa de pobre e do que é riqueza. Nosso complexo de inferioridade é pesado e as distorções sociais são norma, em todos níveis sociais, não importa o nível de cultura e vivência com culturas onde o respeito pela vida é básico. A civilidade deles começa e termina no aeroporto de Miami. Aqui no Brasil não fazem ou não querem fazer a mais remota idéia de sua responsabilidade social e da importância de serem exemplo.

Com relação à bicicleta a falta de cultura é impressionante. A comunidade em vez de sair atrás de informação consistente sobre segurança que possa trazer resultados efetivos para os ciclistas, fica gritando “ciclovia” e “capacete” e outras palavras de ordem que só prejudicam o processo de melhoria de segurança e conforto de todos. Repetem o mesmo erro dos usuários do automóvel. Pensam antes com o lado status e depois com o lado racional. Triste.

Fonte: O Eco (4/12)

Retirado do Site da Associação Paulista de Ciclismo (http://www.fpciclismo.org.br/)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Céu e inferno

Os Portais do Paraíso

Um orgulhoso guerreiro chamado Nobushige foi até Hakuin, e perguntou-lhe: "Se existe um paraíso e um inferno, onde estão?"

"Quem é você?" perguntou Hakuin.

"Eu sou um samurai!" o guerreiro exclamou.

"Você, um guerreiro!" riu-se Hakuin. "Que espécie de governante teria tal guarda? Sua aparência é a de um mendigo!".

Nobushige ficou tão raivoso que começou a desembainhar sua espada, mas Hakuin continuou:

"Então você tem uma espada! Sua arma provavelmente está tão cega que não cortará minha cabeça..."

O samurai retirou a espada num gesto rápido e avançou pronto para matar, gritando de ódio. Neste momento Hakuin gritou:

"Acabaram de se abrir os Portais do Inferno!"

Ao ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do mestre, o samurai embainhou sua espada e fez-lhe uma profunda reverência.

"Acabaram de se abrir os Portais do Paraíso," disse suavemente Hakuin.